Saturday, June 17, 2006

Estudo sobre o stress nos professores

Várias características das tarefas dos professores têm sido destacadas como favorecendo o aparecimento de stress no exercício da sua profissão...

Ver artigo completo

Tuesday, June 06, 2006

A criança hiperactiva

A síndroma de Défice de Atenção e Hiperactividade pode ocorrer em 3% a 20% das crianças em idade escolar, sendo os rapazes 4 a 9 vezes mais afectados que as raparigas. Actualmente, a maior exigência e as elevadas expectativas no desempenho escolar levam a um maior número de diagnósticos.
As manifestações clínicas da síndroma de Défice de Atenção e Hiperactividade podem ser muito precoces, mas é na escola que as alterações da atenção e a excessiva actividade das crianças afectadas constituem um problema sério.
Nas crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade as alterações do comportamento são a inatenção, a hiperactividade e a impulsividade.
A inatenção manifesta-se pela incapacidade de as crianças se manterem atentas. As crianças evitam tarefas que requeiram concentração, distraem-se facilmente e parecem não escutar. A dificuldade de concentração está sempre presente nesta síndroma.
A hiperactividade resulta na impossibilidade do controlo da actividade e dos impulsos em situações em que o controlo é fundamental, nomeadamente na escola. Perturbam as aulas, respondem antes de ser completada a pergunta, interrompem os colegas, não aguardam a sua vez, mudam constantemente de actividade e não se mantêm sentados. A hiperactividade é a principal característica desta síndroma que, quando associada à impulsividade é particularmente problemática, levando por vezes a acidentes pessoais.
As crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade são geralmente desorganizadas, desajeitadas, sem habilidade para o desporto, com um aproveitamento escolar irregular e pouco sociais, o que leva a uma baixa auto-estima.
A causa desta perturbação neurocomportamental ainda não é conhecida. Vários estudos, no entanto, apontam para uma base genética pois há maior risco de incidência em irmãos, principalmente nos gémeos idênticos, e é frequente existir um familiar próximo também afectado, geralmente o pai, nas famílias de crianças com este diagnóstico.
O diagnóstico é essencialmente clínico e baseado em critérios comportamentais. Os sintomas descritos - inatenção, hiperactividade e impulsividade - devem existir há mais de seis meses, ter-se iniciado antes dos sete anos de idade e manifestar-se em diferentes circunstâncias, nomeadamente em casa e na escola.
É sempre necessário verificar se existem doenças associadas, nomeadamente da visão e da audição. Para estabelecer o diagnóstico devem ainda ser excluídas as variantes do normal relacionadas com a idade e o sexo e ainda com as características temperamentais da criança.

Um problema de saúde
Após o diagnóstico são necessários o esclarecimento e aconselhamento adequado da criança, dos pais e dos professores. É fundamental que todos entendam esta alteração de comportamento como um problema de saúde da criança e não como um problema de disciplina. Esta atitude é o passo mais importante para uma evolução favorável. Em casa e na escola todos devem assumir uma atitude positiva valorizando os comportamentos adequados e evitando as críticas sistemáticas.

Na sala de aula o aluno deve estar na primeira fila, deve ser reduzido o número de alunos da turma e deve ser proporcionado apoio educativo individualizado. Devem adaptar-se as actividades escolares ao tempo de concentração do aluno, incentivando-o a participar nas tarefas escolares.
Existe benefício na utilização de medicação psicostimulante na melhoria da atenção e na redução da hiperactividade e impulsividade. No entanto a medicação nunca é a primeira opção de tratamento, devendo ser sempre usada em associação com as alterações da rotina escolar, da estrutura das aulas e da atitude perante a criança, evitando o stress e promovendo a auto-estima.
Os objectivos do tratamento das crianças com Défice de Atenção e Hiperactividade são a melhoria da aprendizagem e do rendimento escolar. A evolução é habitualmente favorável quando a criança é bem acompanhada e apoiada.

Almerinda Maria Pereira
Chefe de Serviço do Serviço de Pediatria Hospital de S. Marcos - Braga
in: www.edurcare.pt

DSM.IV (online)

Procurem aqui informações sobre alguma patologia que não conheçam...

Aprender com os erros

"Ninguém nasce ensinado", diz o povo e com razão. Daí que errar faça parte integrante do processo de aprendizagem e deva ser aceite como tal e considerado uma oportunidade de aprendizagem. Se uma peça de um puzzle não encaixa num sítio, procura-se outra até encontrar. Se uma estratégia de resolução não foi bem sucedida, ensaia-se outra diferente. Se um aluno responde mal a uma pergunta na aula, o professor poderá perceber melhor as suas dificuldades e ajudá-lo a ultrapassá-las. O mesmo se passa durante um treino desportivo. Porquê, então, este receio de errar, tão frequente em crianças, jovens e adultos?
Quando um bebé começa a falar, quem não acha graça às palavras mal pronunciadas, às frases incompletas, em resumo, aos erros que ele comete? Quando uma criança começa a caminhar ou a andar de bicicleta, quem se surpreende se ela cai ou quem a recrimina quando isso acontece? Tentar, errar e voltar a tentar é um processo de aprendizagem natural. Nos exemplos citados, o apoio dos pais e da família são fundamentais para que a aprendizagem se processe de forma saudável e eficaz. À medida que a criança cresce, começa a ser pressionada pela sociedade de competição que a rodeia. O erro passa a equivaler a fracasso, tornando-o mais difícil de aceitar e suportar. Falhar em algo traz à mistura sentimentos pouco agradáveis, como, por exemplo, ansiedade, tristeza, vergonha ou revolta. No entanto, é necessário aprender a lidar com esses sentimentos e a aproveitar os erros para retirar lições, persistir na tarefa e fazer novas aprendizagens.
Olhar para o erro/fracasso como uma derrota é meio caminho andado para o surgimento de outros problemas, desde a baixa da auto-estima à desistência. Erros e fracassos deveriam, pelo contrário, ser considerados oportunidades de aprendizagem. Algumas questões importantes se podem colocar com esse objectivo: O que correu mal? O que poderia ter sido feito para o evitar? Se este caminho não foi bem escolhido, quais são as alternativas possíveis? Quais são as vantagens e os inconvenientes de cada uma? Como se pode desdobrar o objectivo que não foi atingido em objectivos intermédios mais exequíveis? Vejamos dois exemplos diferentes:
Diz-se que "errar é humano". Aceitar os erros também o deve ser. Não uma aceitação passiva, mas uma aceitação activa centrada no desejo de aprender e de melhorar, conjugada com os verbos "analisar", "tentar", "persistir" e "conseguir".