Tuesday, November 07, 2006

Autismo. O que é?

Utilizado pela primeira vez em 1911, o termo autismo foi derivado da palavra “autos” que em grego significa “o próprio individuo”.O autismo também tem uma definição mais formal, que lhe foi dada por RAPIN, em 1991, que diz: “Síndrome comportamental, presente desde fases iniciais da vida e caracterizada por deficiência de interação social, linguagem, comunicação e atividades”.Ainda podemos encontrar outras definições para o Autismo, mas o mérito para as primeiras definições cabe ao pediatra americano LEO KANNER, que se voltou aos estudos da psiquiatria e publicou em 1943 um artigo intitulado “Distúrbios Autísticos do contato Afetivo".
Este estudo foi elaborado a partir de 11 casos por ele observado.As primeiras teorias a respeito da etiologia do autismo, diziam que ele resultava de déficits específicos no cuidado e na interação dos pais com a criança, e que deu origem ás chamadas “Disfunções do Ego”, e o tratamento recomendado era psicoterapia do indivíduo, dos pais e/ou ambos.Existem várias teorias que tentam explicar a causa do autismo, porém, nenhuma delas foi realmente comprovada, e sua etiologia continua desconhecida. Acredita-se que é mais provável que sua etiologia seja uma condição decorrente de um mecanismo multifuncional, determinado pela associação de fatores genéticos e não genéticos.
As características e a gravidade do autismo variam de acordo com a idade do indivíduo e seu nível de desenvolvimento.Segundo RAPIN & WOLFF (1991), é fundamental que os sinais e sintomas sejam evidentes nos três primeiros anos de vidas, apesar de na maioria dos casos, o desenvolvimento parecer normal no primeiro ano de vida. Essas características são inúmeras, porém , a seguir, serão citadas as mais importantes:
  • As crianças podem não atender a um chamado, estando ou não entretido com um brinquedo; Durante muito tempo acreditou-se que existia uma diminuição do contato olho a olho, porém, SMONOFF & RUTTER (1996) e ESTERNER (2001), relatam que atualmente, sabe-se que o prejuízo não está na intensidade desse contato, mas sim no seu uso como sinalização social;
  • Quanto frustradas ou quando se encontram em situações que podem causar medo ou tensão, as crianças autistas, em geral, são incapazes de olhar para o rosto de um adulto, para buscar informações de como interpreta-lo;
  • Costumam ignorar ou interpretar de forma inadequada seus sentimentos e dos outros. RAPIN (1991) afirma que muitas não sabem fazer amizades, porém quando adultos, demonstram incomodo com seu isolamento social;
  • Algumas crianças se relacionam exclusivamente com suas mães, naco suportando a separação física ou mesmo insistindo em que elas as carreguem, apesar de serem capazes de andar;
  • Não fazem uso do balbucio, algumas podem até permanecer mudas, enquanto outros adquirem fala tardiamente e monótona, ou até mesmo cantando. Ou ainda falar incessantemente sobre um mesmo assunto. A ecolalia também é freqüente e pode ser tardia;
  • Costumam utilizar a 3° pessoa do singular ou seu nome para referir-se a sim mesma e não utiliza o pronome “eu”;
  • Possuem inabilidade na prosódia, muitas com capacidade de comunicação verbal, não iniciam ou participam de conversa visual com o interlocutor;
  • A linguagem pragmática também é diferente no autista, é raro que ele aponte objetos ou utilizem gestos;
  • Costumam apresentar estereotipias, aparentemente sem propósito;
  • Em geral, a aspecto físico de um autista é normal, apesar de alguns estudos demonstrarem maior incidência de sinais dismórficos secundários, entre eles, a microcefalia e o hipertirolismo;
EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO:Dependem muito da gravidade, da disfunção cerebral e conseqüências sobre a cognição e comportamento em geral.Assim como RAPIN (1991), GILBERG (1990) afirma que alguns sintomas específicos, como a epilepsia, o déficit de atenção, parece responder a terapia medicamentosa, porém, ainda é indicado o tratamento com profissionais especializados e educação especial, ainda que não é totalmente satisfatório. pelo fato de não definir a cura e a falta de compreensão sobre a fisiopatologia do autismo dificulta muito o tratamento.O diagnóstico, prognóstico e tratamento do autismo, e exclusivamente clinico. Portanto, o aprofundamento dos estudos sobre esta patologia por parte dos profissionais é de fundamental importância para a intervenção precoce das terapias de reabilitação e educação especial, que de longe é satisfatória para a cura, porém, melhora e muito, o comportamento do indivíduo.

12 Comments:

At 7:26 AM, Blogger Grilinha said...

Olá. Gostei muito deste artigo. Tenho uma grande paixão por uma filha de uma amiga Anita que é autista e desde ai interessa-me muito este assunto.

Podes encontrar um link para esta mamã em http://paiseficientes.blogspot.com/

e dar um pulinho a este blog tão simpático e que está prestes a terminar por falta de participação. Um beijinho

 
At 1:33 PM, Anonymous Anonymous said...

Olá sandrica! Então tudo bem? Estás a gostar da madeira? Gostei muito de ver o teu blog. beijinhos do Hugo, da Virginia e do Simão (Forjães).

 
At 11:02 AM, Blogger sandraneiva said...

Claro, pois então o filhote só poderia chamar-se Simão não é??? essa tolaria pelo benfica Hugo não tem cura ou será que não tem nada a ver?...
que tudo vos corra pelo melhor!! Obrigada pela vossa mensagem, bj aos três. Tudo de bom!

 
At 9:25 AM, Anonymous Anonymous said...

Amiga, claro que a tolaria pelo Benfica não tem cura... Mas não tem nada a ver. Escolhi Simão porque gosto muito. Olha, tudo de bom pra ti. um beijinho.

 
At 4:18 AM, Blogger Moika said...

Olá,Sandra.

Tenho algumas dúvidas em relação ao autismo...

Como é que se tira a fralda a uma criança autista?

Sabendo que não gostam do contacto físico,devo forçar o toque do meu corpo no dele?

:)

 
At 2:13 PM, Blogger sandraneiva said...

Olá Moika.
Como de certeza te apercebeste com a leitura do artigo, de facto lidar com crianças autistas não é nada fácil.
Relativamente à questão que me colocas, repara que o mudar a fralda é algo rotineiro, mecânico não é propriamente um toque de carinho, em que a criança sinta algo de diferente daquilo a que está habituada. É como o dar-lhe de comer, o dar banho...
A criança está já habituada a todos esses "toques" do dia a dia. Quando dizemos que a criança autista não gosta que lhe toquem estamos a referir-nos a situações de afecto que tentamos criar com ela, de eventuais tentativas de proximidade para com a criança.
Ela vê o mudar a fralda como algo mecânico e por isso não tem muito a tendência para a rejeição desta situação.
De qualquer forma se queres saber mais pormenores, podes informar-te junto de um pedopsiquitra que de certeza te ajudadrá em todas as dúvidas, melhor do que eu que logicamente não tenho um conhecimento tão profundo relativamente a esta patologia. Um bj fica bem.

 
At 5:18 AM, Blogger Moika said...

Olá!

Obrigada pelas tuas dicas. Realmente,é melhor informar-me de alguém que domine o assunto. Tenho tantas dúvidas...

Obrigada pela tua atenção!

Um beijinho.

 
At 11:00 AM, Blogger Vera Paixão said...

Olá! Só hoje conheci o blog e ja aprendi bastante. Gostei muito dos artigos...Parabens pela escolha! Será que me podes ajudar numa dúvida? Estou a fazer 1 trabalho acerca das Necessidades Educativas Individuais mas tenho dificuldades relativas à classificação. conheces alguma lista organizada pelo Ministério da educação? Importas-t de me dar opinião relativa à minha lista? Aki vai:
1 – Domínio sensorial

- Audição

- Visão



2- Domínio cognitivo

- Deficiência mental

- Síndrome de Down



3- Domínio motor

- Paralisia cerebral

- Espinha bífida

- outros



4- Multideficiência



5- Autismo



6- Sobredotação



7- Dificuldades de Aprendizagem

- Problemas Emocionais/Personalidade (hiperactividade, ?)

- ?

8 - Comunicação, linguagem e fala

- Dislexia

- Autismo (?)



9- Outros Problemas de Saúde

- Epilepsia



Obrigada!

 
At 8:21 AM, Blogger Jenifer Piovani said...

Parabens pelo blog, gostei e aprendi muito, meu nome é Jenifer e estou fazendo um trabalho de conclusao sobre Nataçao para Bebes Com Necessidades Especiais, e tenho dificuldades sobre a classificaçao e vi o comentari da Vera e gostaria que me indicasse tambema lista organizada pelo Ministerio da Educaçao, me ajudaria muito, agradecço de coraçao.
Atenciosamete Jenifer Piovani
je.ni.fer20@hotmail.com

 
At 3:26 PM, Anonymous Anonymous said...

O AUTISMO EXISTE!

Saudações com AROMAS DE PORTUGAL!

 
At 9:20 AM, Anonymous Anonymous said...

Olá. Meu nome é Lúcia e tenho um netinho autista. Me recomendaram que visse os sites que constam na UFRJ, sorte minha abrir justo esse. Parabéns e obrigada, foi muito bom ler o conteúdo. E, pra quem acha que autista nãao gosta de toque físico, é engano, eles são amorosos e abraçam e beijam como outra criança. Só precisa ter paciência e ecostumá-los a isso. Um grande beijo. espero que tenham paz e paciência para entende-los e para isso basta colocar todo amor que tiverem.

 
At 4:02 PM, Anonymous Casadosprofessoresespeciais said...

Por motivos pessoais e profissionais este blogue não esteve todos estes anos operacional, peco desculpa pela ausência de respostas aos vossos comentários. Foi criado no âmbito da minha especialização em educação especial. Verifiquei estes dias a espantosa adesão que obteve, fiquei espantada. Muita informacao que aqui disponibilizo nao e da minha autoria, são pesquisas que efectuei e conteúdos das aulas do curso. O meu email para quem me quiser contatar e sandraneiva78@hotmail.com
Saudações "especiais" para todos

 

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